terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Pai Arinoldo

- Pai Arinoldo. Faço mandinga pra trazer o amor de volta, pagamento só depois do resultado.

Olha seu Arinoldo, vim até aqui na conchinchina porque tenho um serviço pro senhor que é dose pra elefante mas me falaram que o senhor não pisa no tomate. Estou arrastando um bonde por uma bacaninha que eu conheci num salão. Só que tinha lá um verme de goiaba que me furou o zóio. Não tinha a franguinha dele pra dar o rango, deu é uma de talarico. O fedelho jogou um quais-quais-quais na minha belezura e ela picou a mula. Só que eu não ia sair como mocorongo, estava virado no diabo, e quando ia começar o pega-pra-capar a gominha dele chegou e o baitola passou sebo nas canelas, mosca-de-boi. Será que agora ela volta pra mim, seu Arinoldo? Eu duvi-de-o-dó.

- Voltar, voltar mesmo, eu não garanto. Mas eu posso te ensinar umas gírias mais novinhas, o que acha?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Ai minha sacola!

Ah não, vê se pode, eu com essa idade e ninguém pra me ajudar a carregar essas sacolas pesadas. Pronto, já vai me atacar as artrites, as artroses, a coluna... Mas quem se importa né? Na vida é a gente pela gente, ninguém faz nada por nós não... Opa!! Ó lá, o carro quase me atropelou! Eu com essas sacolas aqui e ele nem pra esperar eu atravessar, as sacolas já estão pesando mais... Ih agora o carro de trás parou pra eu passar, o que ele quer sendo gentil? Dizer que eu estou velha e que preciso de ajuda? Ah isso eu não vou agüentar, dá uma olhada nas sacolas! Elas vêm aumentando de peso junto com os anos, e ele quer diminuir esse peso? Antes ele tivesse passado que nem o outro carro, aí o peso da sacola aumentaria, eu teria o motivo pra carregar mais esse peso, e estaria satisfeita, mas não, ele precisava esperar... Quem ele pensa que é pra ser gentil? Que raiva que eu sinto dessa gente que deixa a gente passar na frente na fila do banco, que levanta pra gente sentar no ônibus, ou que quer carregar nossas sacolas... Ô gentinha! Pode deixar que minhas sacolas eu carrego, por que na vida ninguém faz nada por nós não....

Ps. Nao sei pra que acento preferencial, ninguem mais respeita o acento.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A gente tava no carro

Ai o muleque ascendeu né!? E passou pro léo, daí o léo léo fumava, segurava e me passava, eu fumava, segurava a fumaça, soltava e passava pro muleque, o muleque fumava, segurava...passava pro léo, o léo fumava...cigarro vai fumaça vem e quando percebi tava no cigarro, o carro passava, o léo segurava, o muleque soltava fumaça....a fumaça me passava, eu passava o léo pro Fumaça que tava no carro do muleque, o carro segurava o muleque, o Léo soltava , a fumaça dirigia, eu pedia o carro, o muleque era um carro que passava o Léo na fumaça que eu dirigia enquanto o léo segurava passando pelo muleque sentado na fumaça soltando o carro, a fumaça me fumava, o carro me segurava e soltava o muleque...
E eu só pensava comigo mesmo, perante mim mesmo: "Chupa Corinthians".


Em memórias (as poucas lembraças que lhe restam) de Danilo Ruiz